Município da Lourinhã
Como chegar: 39°17'36.23"N 9°12'57.23"W
A força da água dava pão à região
GEOLOGIA
O Vale Cornaga é um vale encaixado no extremo Norte do Planalto das Cesaredas. Este vale foi escavado pelo Rio Galvão, nos últimos milhões de anos, em calcários com cerca de 160 milhões de anos (Jurássico Superior). A sua água foi lentamente escavando as rochas calcárias de cor branca/acinzentada. Estas rochas formaram-se em ambiente marinho, e têm fósseis de animais deste ambiente, como corais.
A meio deste vale, quando há água no leito, forma-se uma cascata devido a um desnível nas rochas. Este desnível resultou da diferença de resistência da rocha, onde as rochas mais duras ficam salientes.
BIOLOGIA
Neste troço a montante do Rio Galvão, nem sempre há água. Mas a água à superfície é essencial à sobrevivência de várias espécies de animais e plantas. Destacamos algumas espécies aqui observadas que dependem diretamente deste curso de água, como a Libélula Achatada (Libellula depressa), o Tira-olhos Imperador (Anax imperator), o Caloptérix Negro (Calopteryx haemorrhoidalis), o Ortétrum de Faixa Branca (Orthetrum chrysostigma), o Sapo-Comum (Bufo spinosus) e a Rã-Verde (Pelophylax perezi).
CULTURA
Ao longo do Vale Cornaga existiram 17 azenhas, que utilizavam a força da água do Rio Galvão para mover o seu mecanismo ligado a uma mó. Os agricultores da região traziam cereais até a estas azenhas para os moer e obter a farinha. A farinha era depois utilizada para fazer o pão e alimentar as povoações vizinhas.
Frequentemente, o trabalho na azenha era uma ajuda para a economia familiar. Como pagamento, o moleiro ficava normalmente com uma parte da farinha que produzia, para pagar o seu trabalho.