14 - Consolação

Município de Peniche

Como chegar:39°19'28.04"N9°21'38.51"W

Sabia que aqui viveram dinossauros à beira-mar e que o iodo vem das algas que cobrem estas rochas?

 

GEOLOGIA 

As rochas compactas que suportam o Forte da Consolação formaram-se no fundo mar, há cerca de 155 milhões de anos. Nas camadas a Norte do Forte, podemos ver camadas de calcário inclinadas, com muitos fósseis de conchas e corais. Alguns blocos dessas rochas podem também ser observados na base do cruzeiro, presente neste Largo. Estes fósseis indicam que neste local existiu um mar tropical, com águas quentes e límpidas, como hoje vemos nas Caraíbas ou na Austrália.

Alia ao lado, em camadas argilosas acinzentadas, podemos ver algumas pegadas de dinossauro. Estas pegadas são pequenas depressões na rocha, subcirculares a elíticas, alinhadas. Tal sugere que esses dinossauros passeavam em áreas costeiras lamacentas, de tipo lagunar, como hoje vemos na Ria Formosa (Algarve) por exemplo. 

Do lado Sul, a escadaria de acesso ao mar leva-nos até a uma camada de calcário, inclinada e com um notório padrão quadrangular, semelhante a uma “tablete de chocolate”. Essa camada foi fraturada pelas forças de movimentação da Terra, que a fraturaram. Depois disso, a água do oceano foi aproveitando essas fraturas e fendas para dissolver o calcário, alargando-as.  

 

BIOLOGIA 

A laje da Consolação é famosa pela afluência de centenas de pessoas que nela buscam o descanso e a recuperação física de diversos males reumáticos, ósseos e de pele. Tal deve-se à grande quantidade de iodo nestas águas. O iodo provém das muitas algas que cobrem as rochas destas costas atlânticas, tendo sido aqui identificadas mais de 50 espécies diferentes, na sua maioria “algas vermelhas”. Nessas rochas encontramos também ouriços, lapas, anémonas e polvos, muito procurados na maré-vazia. A mistura de água do mar rica em iodo, com as argilas cinzentas das arribas e das poças, é aplicada diariamente, contribuindo para o bem-estar de quem o faz. 

 

CULTURA 

O Forte da Praia da Consolação foi erguido no contexto da Guerra da Restauração da Independência, por iniciativa de D. Jerónimo de Ataíde, 6.º Conde de Atouguia e senhor de Peniche, no ano de 1641. Aproveitando este promontório natural, o forte promoveu o reforço da defesa da enseada, cruzando fogos com a Praça-forte de Peniche. A obra ficou terminada em 1645, tendo sofrido obras de ampliação em 1665.

Já em 1755, o forte foi parcialmente destruído pelo terramoto, o qual destruiu parte da bateria voltada para o mar. No contexto das Invasões Francesas e da Guerra Peninsular, em 1800 foi erguida a leste desta fortificação uma bateria com 15 canhoneiras, para novo reforço da defesa costeira.

No séc. XX, este forte foi usado como colónia de férias infantil, em 1978 foi classificado como Monumento Nacional e atualmente encontra-se em instalação um Museu

 

Outros locais de interesse.

 

> Podcast | 1 minuto do aspiring Geoparque Oeste